06 junho 2023

 Antes do Brasil da Coroa, já existia  o Brasil do Cocar!


Ecoando este grito de guerra, ontem dia 05 de junho, Dia Internacional do Meio Ambiente, Indígenas e coletivos da sociedade civil organizada que lutam por direitos Políticos, ancestrais e humanos e movimentos sociais  ligados a ABONG (Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais) uniram forças numa caminhada no centro da cidade de Recife para protestar contra a PL 490, que fortalece a tese do Marco Temporal e que limita os direitos de demarcação dos povos indígenas, as áreas demarcadas na constituição de 1988.

O Marco Temporal ou PL 490 como é conhecida por se tratar de uma política que tem como propósito o extermínio dos povos originários, uma ameaça concreta a vida  das diversas etnias indígenas, além de significar a destruição dos ecossistemas, uma força contrária a luta por Justiça Climática, orquestrada pelas forças perversas e conservadoras ligadas às oligarquias das famílias escravistas e diretamente ao donos dos agronegócios, grileiros, exploradores, que politicamente são correligionários das bancadas da bala, da bíblia e do boi. Uma manobra para efetivação da manutenção, por via legal, das ameaças, atentados e crimes de toda natureza contra as vidas dos povos indígenas.


 Representações dos povos originários Xukuru, Karaxuwanassu, Pankararu e Fulni Ô, além de outras etnias estiveram presentes no protesto. Também participaram da caminhanda outros grupos importantes como OAB, Cendhec, Centro das mulheres do Cabo de Santo Agostinho, Teamu e Companhia, Movimento Negro Unificado, Caranguejo uçá, Pescadoras e Pescadores, FASE, S.O.S Corpo, Articulação Recife de Luta, ativistas independentes, partidos politicos de esquerda e parlamentares que lutam por justica ambiental e direitos humanos.

O ato foi promovido pela ABONG e Articulação Indígena de Mulheres em Contexto Urbano de Pernambuco (Aimcupe) A concentração ocorreu na Praça do Derby e percorreu em marcha pela AV.Conde da Boa Vista, chegando ao ápice na Av. Guararapes no centro do Recife - PE. 

O ambiente é nossa casa, é o lugar onde vivemos, é tudo que nos cerca. Podemos morar no ambiente urbano, no ambiente rural, no litoral, no interior. Seja nas grandes cidades ou em pequenos vilarejos, seja nas margens ou seja nos morros, diversos são os ambientes nos quais povos e comunidades fazem suas moradas.

Porém, são nos territórios tradicionais em que Povos e Comunidades Tradicionais ocupam historicamente, que presenciamos os ambientes (biomas e ecossistemas) mais conservados. Uma vez que, a continuidade do modo de vida tradicional depende principalmente da conservação ambiental. Nesses territórios não há distinção entre a natureza (meio ambiente) e sociedade (seres humanos). Não existe metade ambiente e metade humanidade. Existem ambientes ocupados e conservados por Povos e Comunidades Tradicionais (Indígenas, Quilombolas, Pesqueiras, Extrativistas).



Nesse atual contexto político no qual tentativas de retrocessos provocando o enfraquecimento e desmonte do Ministério do Meio Ambiente e Ministério dos Povos Originários, dizemos: Não ao Marco Temporal! Dizemos: Não ao PL 1.154 e PL 490! 



Por ,Edson Fly e Rodrigo Lima

Imagens,Fotografia, Hamilton Tenório, Lucas José e Edson Fly