05 dezembro 2008

Artesanato, grafite e música resgatam a cultura do mangue na Ilha de Deus

A Ação Comunitária Caranguejo Uçá promove na comunidade da Ilha de Deus o V Brechó Cultural que acontece nesse fim de semana. Hoje a partir das 14h haverá um mutirão de grafite que irá colorir as ruas da comunidade. À noite é a vez das apresentações teatrais. Trata-se de uma intervenção para valorizar as raízes da cultura do mangue que esse ano traz o tema “Comunidade do Mangue Apresenta-se”. O Brechó terá shows, festival de iguarias do mar, fotografias, vídeos, teatro de rua e artesanato. “Queremos reinventar, dar uma nova roupagem não só às músicas, mas à atitude das pessoas. Transformar os conceitos e integrar a consciência ecológica ao dia a dia das pessoas”, explica um dos produtores Edson Fly. Nessa edição o evento presta uma homenagem à memória de José Alves da Silva, cantador de cocos, e comemora o 13º aniversário do Documento Nordeste, parceiro do Caranguejo Uçá.

Os shows acontecem amanhã, dia 6, a partir das 15h, no palco montado na Rua São Geraldo, S/N, ao lado da sede do Caranguejo Uçá. Entre as atrações estão Talis Ribeiro e Ceará, Estado Civil, N Zambi, Reggae Por Nós, Zé Brow, Luiz Paixão, Dona Cila e Êxito de Rua. Também serão exibidos os trabalhos realizados por jovens da comunidade durante a semana nas oficinas de Fotografia e de Artesanato.
Além da programação musical e teatral, o Brechó também traz um festival gastronômico que estimula a economia da Ilha e valoriza a culinária local com a venda de pratos feitos à base de camarão, sururu, mariscos e pescados.

Homenageado – José Alves da Silva era conhecido na comunidade como Zé Porquinho, um símbolo de resistência cultural. Além de pescador, pedreiro e eletricista, ficou famoso na Ilha de Deus como cantador de coco. Seus versos embalavam os devotos de São Pedro, em dia de procissão por hora da festa do santo, nos meses de junho. Rei do improviso, Zé Porquinho não deixou suas letras escritas. Na memória do povo permanecem o ritmo e a alegria de suas canções. Faleceu em setembro de 2006 aos 63 anos.

Fotografia - Usada como um recurso de inclusão, a fotografia fortalece o núcleo de comunicação e possibilita um registro da comunidade através dos olhos de quem nela vive. A oficina “Descondicionando o olhar” ministrada por Mateus Sá pretende estimular outra forma de “ver” e sensibilizar o olhar crítico.

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