06 julho 2009

O Martírio contínua!

Em assembléia geral, realizada na quinta-feira passada, dia 02/07/09, no auditório da Associação Médica Regional de Caruaru, os médicos da rede municipal de saúde aprovaram uma paralisação de 72 horas para os dias 07, 08 e 09 de julho – terça, quarta e quinta-feira. Vale destacar que, no dia 08 (quarta-feira) haverá ato público em frente à Policlínica do Salgado, às 09h. Esta será a terceira paralisação da categoria em menos de 20 dias que reivindica valorização do trabalho, realização de concurso público, carreira no SUS, salário digno, condições de trabalho e educação permanente.

De acordo com representante do Simepe em Caruaru, Marcos Bezerra, os médicos não podem mais trabalhar nas condições em que vêm exercendo a profissão. Segundo ele, as unidades de saúde daquele município não apresentam, atualmente, condições adequadas para o trabalho médico.

Ato público

É preciso destacar que, na quinta-feira, os médicos da rede realizaram ato público e houve a encenação da peça o “Martírio da Saúde” em frente à Igreja da Conceição (Marco Zero), centro da cidade. A mídia esteve presente e acompanhou de perto a manifestação dos profissionais. Eram quase 11h, quando a peça produzida pelo teatro de rua, do Grupo Trilha, da Ilha de Deus/Imbiribeira/Recife, chamou a atenção das pessoas que passavam pela localidade. Criatividade, bom humor e alegria foram os ingredientes da receita teatral. No céu, o sol derramava cores pela cidade, infiltrava-se com seus raios tropicais pelas janelas das lojas e copa das árvores. Era uma estação da luz.

Caruaru merece saúde pública de qualidade. Esse foi o mote para os atores explicarem em linguagem simples e direta, sobre os problemas daqueles que precisam de atendimento nas longas filas da rede municipal de saúde. Apesar do forte calor, os usuários participaram do ato público e através de depoimentos reforçaram as dificuldades de acesso à rede de saúde, com uma enorme fila de espera para consultas, realização de exames e cirurgias. O boneco Zé Doentão, também,participou do ato público, representando o povo que sofre diariamente nas filas do SUS.

Precariedades

Na avaliação geral dos participantes, a manifestação foi positiva. Para o médico Danilo Souza disse que dos cerca de 40 postos de saúde 18 estão sem médicos e que as policlínicas do Salgado e Vassoural, além do Hospital Manoel Afonso, funcionam com precariedade. Outro problema é a estrutura das unidades. O Manoel Afonso não é um hospital porque não tem qualidades. Por isso, os médicos consideram como mais uma policlínica.
No horário da tarde, representantes do Simepe participaram de entrevista ao vivo na Rádio Liberdade AM. Em quase 90 minutos, os médicos conversaram com a comunicadora Aline Souza escutaram reclamações, elogios e sugestões dos ouvintes. Além disso, tiveram uma conversação, através do telefone, com a secretária de saúde, Cristina Sette sobre o movimento da categoria e as negociações que ainda não chegaram ao final. Os médicos afirmam que intensificaram a mobilização nos locais de trabalho e exigem o compromisso do prefeito José Queiroz com a saúde.

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