08 setembro 2017

Há gosto pelo Capibaribe!?


No dia 31 de Agosto, aconteceu a nona edição da intervenção pública realizada pela ONG Recapibaribe que visa chamar a atenção da sociedade recifense e sobretudo, da gestão pública a respeito da situação de desprezo e degradação em que se encontra o rio Capibaribe. Em um trecho de cerca de 6 km que compreende a distância entre o Capibar (Casa Forte) até a rampa do Departamento do Sport (Derby), cinquenta pescadores e pescadoras de diversas comunidades do Recife retiraram do rio 7,5 toneladas de lixo.

Segundo André Castanhede  (ONG Recapibaribe): "projetos ambientais que partem da base e que partem das comunidades são importantes porque mostram ao gestor público que ele tem que olhar pro rio, tem que valorizar não só o Capibaribe, mas o Beberibe e todos os rios de Pernambuco, para que a gente possa ter uma qualidade de água melhor, porque sem água não tem vida e a água é o elemento da natureza mais importante para nossa vida".



A poluição, o assoreamento e o descaso do poder público são os problemas mais comuns segundo aqueles que navegam e pescam nas águas do Capibaribe. "Antigamente a gente pescava muito aqui, agora o rio tá muito poluído e seco, a gente tem que ir pro alto do mar, até cinco ou seis milhas de mar pra pescar. Eu podia estar pescando por aqui e espero que o governo olhe pro rio", assim relata, o pescador Dioclésio Silva.




Para o pescador Amaro "É importante que a mídia divulgue esse nosso trabalho, mas também o trabalho de conscientização porque o lixo não veio pro rio voluntariamente, ou seja, teve iniciativa de alguém que jogou. É importante que as autoridades competentes divulguem para que os seres humanos não joguem lixo no rio, porque fazendo isso vai acabar a natureza e vai atrapalhar a vida de todo mundo".

"O Há gosto pelo Capibaribe é ver ele limpo, ver ele vivo, pra gente trabalhar bem, pescar bem, porque a gente solta uma rede pra pegar peixe e só pega lixo" Nazareno Lima, pescador de Santo Amaro. 





No final da intervenção, o montante de lixo foi colocado nos caminhões que fazem a limpeza urbana da cidade. Mesmo com os esforços de ativistas e comunidades pesqueiras, é importante ressaltar que o acompanhamento da gestão municipal não converge de forma êxitosa com o "Há gosto pelo Capibaribe", uma vez que não é feita nenhuma triagem entre materiais recicláveis que poderiam ter um destinamento adequado dos demais resíduos sólidos, levando a crer que todo o lixo que saiu da água irá para algum lixão em terra. O rio Capibaribe possui 240 km de extensão e sua bacia, aproximadamente 5.880 km², banha 42 cidades e recebe uma carga de resíduos de uma população estimada em 430 mil habitantes em seu entorno. O desmatamento da vegetação ciliar, o crescimento desordenado, o mau uso do solo e o descarte de resíduos em seu leito são os principais fatores que colocam o Capibaribe no lugar de 7º rio mais poluído do Brasil (IBGE 2012).



Caranguejo Uçá é Arte & Solidariedade!






   








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